quinta-feira, 5 de março de 2015

Sendo carregado pelas ondas virtuais

A impaciência de nossa época é algo aterrador. Vivemos o século do “fast” qualquer coisa. Queremos emagrecer em quinze minutos, aprender sem esforço, cozinhar em minutos, ser atendidos online ou a jato e um Governo com varinha de condão (como diz a Bel)para resolver tudo com um toque.

Se alguém declara que devemos pensar, ponderar ou processar um assunto soa como ofensivo, as escolhas que são apresentadas no calor do momento nos parecem muito mais modernas, afinal são “Fast”.
Vivemos a época em que as informações disponíveis são a tradução da verdade, e basta um clique no Google para se tornar expert em algum assunto. E as opiniões são baseadas nesta instantaneidade.
Acreditamos que poder tomar uma decisão e ir em frente rápido é o que basta. E que as informações ao alcance dos dedos são mais úteis que as analises sobre o assunto.

Hoje as redes sociais são fonte da maior credibilidade, paira a impressão de vários ouvidos que coletam a realidade e a transportam para sua tela com a velocidade de um pensamento, e reagimos instantaneamente com a emoção que nosso interlocutor digital colocou no teclado, a fascinação da proximidade virtual e da participação no mundo.

Aprendemos que analises são pontos de vista e por isso mesmo são representações da verdade e, portanto uma ficção baseada na realidade.

Nesta linha de raciocínio mais importante é um coletor de dados que um analista, talvez antes um colecionador que um técnico profissional.

Que tal uma ONG, focada em um ou dois âmbitos de um problema? Afinal as ONG’s possuem maior flexibilidade e, portanto maior liberdade no trato da questão.

Essa é uma escolha natural em um tempo onde a classe política sofre de grave problema de imagem e credibilidade.
Entretanto os problemas possuem complexidades bem maiores que supõem nossa vã internet. Um âmbito de atuação é insuficiente para dar cabo de tarefa tão complexa. Uma opinião, por melhor construída apresenta a iluminação de uma vela sobre o corpo de uma montanha.
E cabe aos Governos a solução completa e não de apenas um ponto de vista.

Necessitamos de método para unir diversos dados coletados e construir uma analise abrangente, lembrando ainda que o problema sempre esta inserido em uma realidade maior e, portanto, sujeito a interferências que podem não estar representadas apenas pelos dados obviamente coletados, apresentados e (talvez) analisados.

Contextos como mudanças econômicas mundiais, posicionamento políticos, tecnológicos ou comportamentais interferem em questões traduzidas muitas vezes como de simples resolução.


Não que devamos abandonar a busca de soluções práticas e simples, porem devemos atentar sempre para âmbitos maiores e não nos comover ou irritar com um post. Sendo levados como uma prancha na onda virtual da net.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Dieta da moda (antiga?)

Recentemente a nutricionista de minha mulher receitou no cardápio um ingrediente inusitado, uma tal de Batata Baroa. Ora, o que danado é Batata Baroa??? Fui comprar não achei, fui pesquisar e descobri que a tal é apenas a antiqüíssima Mandioquinha encontrada em qualquer supermercado.
Daí me aventurando um pouco mais no mundo da dieta dietética descobri que a iguaria da moda é a novíssima Tapioca. Uau!!! Tapioca sai das bucólicas mesas nordestinas e pousa nas melhores lanchonetes Fitness devido a uma descoberta interessante,nossas avós tinham razão e faz tempo.
Não demora, ainda vou ver esse povo que gosta de açaí comer igual aos caboclos ribeirinhos do Pará e Amazonas, sem granola e fruta picada, e com camarão salgado ou carne seca.

Citando o sábio e poeta Juraildes da Cruz lá do interior do Tocantins.

“Se farinha fosse americana, mandioca importada! Banquete de bacana seria farinhada...”

https://www.youtube.com/watch?v=rvXOncJiQQ0

Previsão de mar revolto para Governos

Em meio a tanta turbulência na política devido as crises da Petrobras e da precariedade da infra estrutura do abastecimento de água, cabe uma observação sobre uma evolução que têm ocorrido em relativo silencio.
Sem nos aprofundarmos na avaliação das competências e atribuições dos Tribunais de Contas e Ministério Público, já que em muitos momentos ultrapassam seus limites de atuação e invadem a área definida ao executivo.
Esses órgãos juntamente com a crescente da exigência qualificada da população estimulada por uma imprensa cada vez mais feroz nas cobranças compõem um cenário interessante para a Gestão Executiva (Municipal, Estadual e Federal).
Hoje um dirigente já se vê obrigado a apresentar em cartório seu Plano de Governo à Justiça Eleitoral, mesmo que ainda não haja nenhuma sanção, essa exigência aponta para o cuidado necessário aos compromissos que se faz durante o período de campanha.
Logo no inicio do mandato o dirigente e sua equipe precisam traduzir esse Plano de Governo em um instrumento de viabilidade orçamentária o PPA e seus planos operativos LOA e LDO que hoje são fiscalizados pela sua execução orçamentária, porem, já existe exigências tanto do Tribunal de Contas como no MP sobre indicadores de eficiência que se propõem a verificar não apenas a realização orçamentária e financeira, mas também se o resultado proposto foi alcançado.
Devemos observar as capacidades governamentais instaladas nas gestões. Atualmente a grande maioria dos governos sequer se atentou para a resposta que deverão fornecer e não possui sequer sistemas que os possibilitem atender a essas novas exigências.
Urgem a necessidade de compreensão de sistemas diretivos e de monitoramento confiáveis. Cabe lembrar que isso ocorre exatamente quando o Governo do Estado de São Paulo fecha duas instituições que ofertam exatamente as ferramentas que se precisa para o momento, a Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap), a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e o Centro de Pesquisas de Administração Municipal (Cepam), que serão unificadas, esperamos que se mantenha a oferta de assessoria que os frágeis municípios irão precisar.
Mas, nem tudo é tenebroso no futuro. Em Campinas está se organizando o processo de certificação, exatamente nos moldes que se faz importante para o momento, pela empresa Strategia Consultores representantes do capital intelectual de Carlos Matus (Fundação Altadir – Chile) que se propõem a evolução das organizações públicas pela adoção das Ciências & Técnicas de Governo, oferecendo um arcabouço de conhecimentos que possibilitam a construção prudente de Planos Estratégicos e sua comunicação com a lógica tática e operacional, oferecendo assim mecanismos de longo prazo e sua aferição no executado.


Cabe agora aos dirigentes buscarem as qualificações necessárias, pois quem não se preparar será sacudido pela onda do futuro.